terça-feira, 16 de agosto de 2011

Bordel: O espetáculo de dança fica em cartaz no Xisto até setembro

Cabaré, prostíbulo, brega, casa de dama da noite... Quantos nomes, quantos adjetivos para um ambiente tão cheio de alegria, tristeza, solidão, surpresas, segredos e histórias diversas.

É pautado nesse tema que a Cia. de Dança Robson Correia fica em cartaz com o espetáculo de dança Bordel, de 26 de agosto a 04 de setembro, às 19h30, no Espaço Xisto Bahia, Ingressos R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), sempre de sexta a domingo.

Para construir a coreografia, Robson Correia leu os livros “A Casa dos Budas ditosos”, de João Ubaldo Ribeiro, e “Eny e o Grande Bordel Brasileiro”, de Lucius de Mello, além de ir a campo entrevistar as pessoas que fazem parte do contexto. “A minha intenção é colocar o público para refletir acerca de uma profissão que foi e ainda é motivo de muito preconceito e está vivíssima em nosso cotidiano”, afirma o coreógrafo.

Bordel não se prende a nenhum rigor técnico específico de dança. O balé foi concebido numa roupagem contemporânea, na qual os dançarinos executam movimentos enérgicos e levam para as cenas um arsenal de elementos cênicos: leques, mesas, bancos, isqueiro, cigarros e pétalas de rosas, tudo isso para tornar a interpretação mais fidedigna e próxima da realidade dos “personagens” que andam na "casa da luz vermelha".

Serviço

Bordel, espetáculo de dança da Cia. Robson Correia
Quando: 26 de Agosto a 04 de Setembro (sexta a domingo), às 19h30
Onde: Espaço Xisto Bahia - Barris
Valor: R$10 (inteira) e R$5 (meia)

domingo, 20 de julho de 2008

Alberto Lima fala sobre sua vida e a fotografia

O blog De olho nas entrelinhas traz para você uma entrevista com Alberto Lima, que através de suas imagens desenvolve um trabalho de cultura, história e resistência negra na Bahia. Confira o vídeo, comente e acesse o site do fotógrafo Alberto Lima e saíba mais sobre seus projetos(http://www.gingadeangola.com.br/).

CRÉDITOS
Edição de Vídeo
- André Frutuôso
Produção - André Gomes
Música - Tabuão (da orquestra Rumpilez, gravada no CD - Pandeirando: Emersom Taquari)
Fotos - Alberto Lima

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Áttomos estréia espetáculo

Feira de São Joaquim é tema de coreografia

Inspirada na feira de São Joaquim a Áttomos Cia. de dança estréia o espetáculo “Verbo Um, Recortes Fragmentados”, nos dias 8 e 9 de Julho, no Espaço Xisto. A Cia. que esse ano completou cinco anos é dirigida por Anderson Rodrigo que além de coreógrafo e bailarino, é iluminador.

“Verbo Um, Recortes Fragmentados”, utiliza como fonte de pesquisa coreográfica o ambiente da Feira de São Joaquim. As ações presentes e a realidade que perpassa no dia-a-dia das pessoas, que trabalham, que passam e que simplesmente olham, enfim, a idéia é transpor a diversidade que a feira tem para linguagem da dança. O espetáculo expõe essa realidade onde as ações aglomeradas acontecem de maneira dinâmica, repetitivas e às vezes inesperadas.

5 anos de movimento - Nos seus cinco anos de trajetória, a Áttomos mergulhou em propostas com intuito plural de fazer dispares associações, entender os signos, expor as ações sociais e urbanas presentes em diversos ambientes.

A companhia é desprendida de padrões técnicos ou métodos tradicionais, mantendo em seu elenco intérpretes com diferentes experiências artísticas e padrões estéticos diversificados. Busca-se colocar em evidência o vigor físico e interpretativo do corpo dos bailarinos, que se expressam por meio de movimentos, configurados através de pesquisas e laboratórios de montagem.

Ao partir do princípio que a palavra coreografia significa escrever com o corpo, a Áttomos tem como prioridade colocar em cena trabalhos que possibilitem uma leitura corpórea, temática, diversificada e coesa, de acordo aos temas preestabelecidos.

Serviço
Áttomos Cia. de Dança
Espetáculo: “VerboUm, Recortes Fragmentados”
Direção e Coreografia: Anderson Rodrigo
Dias: 08 e 09 de Julho às 20h
Espaço Xisto Bahia – ( R. General Labatut, 27, Barris (3117- 6155).
Ingresso: R$ 6,00 inteira .
Contato.: 8804-2482

quarta-feira, 14 de maio de 2008

"Correntes invisíveis"

Para que o fogo da desigualdade social não se alastre é necessário
seguir pelo caminho da educação justa


As correntes dos navios negreiros que traziam os negros do continente Africano (Sudão, Daomé, Nigéria, Benin, Congo, Angola, Moçambique), não são as mesmas do período escravagista, o que se encontra agora é uma reconfiguração. O carnaval é um exemplo dessa nova forma de segregar e dividir as camadas sociais. Enquanto os cordeiros trabalham muito, ganham pouco e são chicoteado pelos cassetetes e fantas, uma minoria social se diverte, e faz com que a desigualdade social fique em mais evidência.

Não é por acaso que os movimentos negros lutam pelas cotas, pela inserção da história da África no currículo escolar. São mais de 500 anos com uma visão estereotipada da negritude. Desde crianças, somos educados sem boas referências de nossa origem, pois ainda vivemos numa sociedade eurocêntrica, que não dá valor a culturas que não pertençam ao continente Europeu, aliás, esconde as partes positivas e contribuições da nossa mãe África.

Conhecimento é poder, logo, as camadas sociais de grande poder aquisitivo, não almejam que as classes menos favorecidas tenham acesso a informações, pois isso significa ameaça ao aos oligopólios.

Hoje, os negros lidam com uma série de amarras implícitas. A ditadura da moda que aliada aos parâmetros da TV, fazem com que as pessoas sejam forçadas, a se adequarem aos perfis impostos pelos conglomerados midiáticos.

Na televisão quais são os papéis representativos feito pelos atores negros? Quais são as apresentadoras negras que trabalham em programas infantis?Quais as referências negras/afrodescendentes na televisão? Por que geralmente fora do Brasil as negras que trabalham com dança são chamadas de prostitutas? Por que no mercado de trabalho as tranças, dread/rasta e o cabelo black power incomodam tanto?

A capital mais negra do nosso país precisa de um trabalho educativo em que as crianças, adolescentes, jovens e adultos possam ser sensibilizados a terem orgulho de sua história. Saber falar sobre outros heróis negros além de Zumbi dos Palmares. Enfim, acredito que a arte-educação é o caminho principal para combater a desigualdade social e racial, através dela adquirimos conhecimentos e vamos bater no peito sem vergonha alguma de dizer: Eu sou negão !!!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O som do berimbau


Din din dom, din din dom, din din din din din din din din dom… Para alguns só existe esse toque, mas a questão vai muito além desse simples solfejo. São bento grande, iuna, cavalaria, são bento pequeno, e mais outros tantos toques extraídos do berimbau, instrumento composto por uma verga, arame, cabaça, dobrão, caxixi e uma baqueta,

Com todo respeito aos digníssimos mestres de capoeira,(Suassuna, João Pequeno, Pastinha, Bimba, João Grande e outros), ver os músicos Naná Vasconcelos e Gustavo de Dalva tocando berimbau, é algo impactante. Agilidade, criatividade, molejo, arranjos, enfim, do oiapoque ao Chuí, o som do berimbau ressoa a cultura baiana e brasileira contagiando as pessoas dos quatro cantos do mundo.


Nesse texto berimbalado, não posso esquecer de citar uma pessoa que não é brasileira, mas veio beber na fonte, bebeu tanto que encheu vários “copos de conteúdo” e o resultado foi o livro Método de Berimbau, feito por Ramiro Musoto.

Conteúdos - Técnica e posições básicas do instrumento, afinação e armado do instrumento, notação musical para o berimbau com o método próprio, leitura de partituras com os toques tradicionais da Capoeira Angola e Regional, comentários sobre a função e história de cada toque no jogo da capoeira, audição e explicação de gravações antigas dos grandes mestres da capoeira (Bimba e Pastinha) e samba no berimbau, são alguns dos conceitos teóricos e práticos criados pelo músico argentino, quase brasileiro, praticamente baiano.

Enquanto alguns 'baianos' consideram percussão/berimbau 'música menor' ou questionam quanto ao valor da musicalidade de percussiva da Bahia, outras pessoas mesmo não sendo baianas de nascimento, valorizam o valor dessa cultura e a divulga pelo mundo com muito orgulho.

Enquanto muitos aprendem a manusear um bisturi e não se tornam médicos, outras pessoas aprendem a tocar um berimbau e se tornam artistas. Artistas estes que saem das ruas, viajam o mundo, pois no Brasil a arte não é valorizada como merece.
Obs.: A foto do texto foi copiada do - http://www.fotolog.com/evertrip/

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Uma sala de informática "andante"


11 computadores dentro de um ônibus


Segundo um dito popular: Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai a Maomé. Cadeiras, mesas, monitores, quadro negro, ar condicionado, bebedouro com água mineral, enfim, uma sala de informática “andante”. Assim é o Buzu Digital. Um ônibus equipado com 11 computadores que circula pelos bairros pobres de Salvador, levando conhecimento tecnológico para crianças e jovens com faixa etária de 10 a 18 anos.

O Buzu Digital é um centro tecnológico ambulante, que chega até as comunidades e em parceria com as associações de bairros, convocam a comunidade. Os participantes que se inscrevem no curso, pagam uma taxa simbólica de R$5,00 (cinco reais), pela camisa com a logomarca do curso. A quantia é destinada a pequenas manutenções do ônibus e na compra de mais camisas, pois os responsáveis pelo projeto não cobrem a parte de uniformes.

O projeto começou em julho de 2006 com a organização não governamental Mais Social dirigida pela primeira-dama do município, Maria Luíza Carneiro, em parceria com a prefeitura municipal. O motorista do Buzu, Edjamison Couto, comentou que o ônibus permanece na comunidade por dois meses e que a solicitação tem sido muito intensa, “Já tem bairros que estão na lista de espera para outubro do ano que vem”, informou.

Paulo Rivas Coordenador do projeto, falou que o objetivo do Buzu Digital é de inclusão digital ,fazer com que o publico alvo possa aprender a estudar com o computador. Ele informou também sobre o histórico das ações. “O Buzu já formou 784 alunos, nos bairros de Itapuã, Fazenda Grande II, Santa Cruz, Nordeste de Amaralina, Periperi, Jardim Nova Esperança, Caixa D’agua, Praça Municipal e Boca da Mata”, disse.


O que eles aprendem? Ildenilton Santos, professor do Buzu Digital falou que os alunos do curso aprendem a trabalhar com o sistema operacional Linux, o editor de texto Microsoft Word e o último conteúdo disponibilizado é a Internet. São 10 dias úteis de aulas gratuitas de informática, com duração de 1h30min, cada encontro. Totalizando uma carga horária de 15h de formação.

O Buzu Digital está este mês no bairro de Valéria e fecha suas atividades até o final do ano, seguindo para o bairro de Pau da Lima. Erlane Sales de 14 anos, moradora do bairro de Valeria, comentou que fez um curso particular de informática e que pagou R$ 75, durante 6 meses. Ela disse que as aulas do Buzu trouxeram muito mais informações do que o curso anterior.

Janete de Jesus de 19 anos moradora do bairro de Valeria está no 3º ano do ensino médio e nunca tinha feito um curso de informática. Através da ação do Buzu Digital começou a entender as possibilidades que o computador pode oferecer e declarou ter se surpreendido ao ver o Buzu. “E impressionante como eles colocaram computadores e montaram uma sala de informática em um ônibus”, falou entusiasmada

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Instuições atendem deficientes, desassistidos pelo cumprimento das leis

Instituição mantém projeto fundado por uma canadense


Dia 08 de novembro acontece aqui em Salvador, o II Seminário de Projeto de Lei do Estatuto da Pessoa Com Deficiência. Enquanto discute-se o estatuto, várias pessoas com necessidades especiais encontram atenção e apoio em instituições filantrópicas que ajudam esses cidadãos, que geralmente são desassistidos pela falta cumprimento das leis.

Os deficientes de Salvador fizeram um protesto esse no início do mês, na Estação da Lapa, reivindicando o recadastramento do benefício da gratuidade, em transportes coletivos, pois, existe cerca de 15 mil passageiros estão desfrutando de um benefício que não lhes são de direito. Esse fato é um exemplo do descaso das autoridades que não cumprem com suas devidas responsabilidades.

Já que não existe um compromisso prioritário por partes dos poderes públicos, algumas instituições, APAE, AACD, ABADEF e outras, desenvolvem um trabalho sócio-educativo, a fim de suprir a lacuna deixada pelo Estado.

Em 1992, Murelle Fortin, canadense, veio para Salvador e se instalou na região do subúrbio, através de observações percebeu que a região tinha um número muito grande de deficientes físicos dos mais variados tipos. Por não ter escolas preparadas para atender a esse público, os mesmos ficavam sem estudar .

Perto do final de linha da Boa Vista do Lobato surge a Associação Especializada François de Laval, que há 15 anos desenvolve um trabalho de assistência para deficientes físicos. Isabel Cristina Oliveira, que trabalha ha 11 anos é também a atual coordenadora da instituição. Ela contou que o local foi batizado com o sobrenome da avó da fundadora.

O espaço oferece uma serie de atividades: oficina de artesanato onde é feito fuxico, brincadeiras, desenhos, além de atendimentos com psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta. Os alunos atendidos não pagam nenhuma mensalidade, alguns pais que podem, contribuem com alguma quantia para colocar gasolina no carro que busca os meninos e meninas. “O mais difícil é não ter apoio do governo, por outro lado graças a Deus, agente continua sendo mantido por pessoas de fora, se não fosse o projeto ágata hoje não estávamos mais aqui” informou a coordenadora.

Através dessa escola especial os jovens do subúrbio começaram a progredir. Um exemplo de sucesso é Edvan Pereira que tem deficiência física, está com 20 anos e é aluno do curso de Manutenção Eletrônica, no CEFET. Ele entrou no François de Laval com 06 anos e hoje todas as quintas-feiras pela manhã dá aula de informática para os ex-colegas.

Evolução – No bairro do Imbuí, na rua Alberto Fiúza, Nº 500 fica a Escola-Clínica Evolução. O local atende crianças e adolescentes portadores de distúrbios severos de comportamento. Os tratamentos oferecidos são: psicopediatria, psicomotricidade, fonoudiologia, psicoterapia, hidroterapia, hidrobiofilia, terapias corporais e ludoterapia.

A instituição funciona nos turnos matutinos e vespertinos. Ana Selma Santos, que é coordenadora técnica e trabalha ha 15 anos no local, disse que a mensalidade da instituição fica entorno de 400 a 700 reais de acordo os tratamentos solicitados pela clientela.